Pagar à vista é sempre melhor? E isso não muda nunca? Mas, então pra que serve esse tal de parcelamento? E os juros? Tudo isso você encontra aqui!
Provavelmente alguém já te disse isso em algum momento, mas nem sempre é verdade. Assim como outros mitos das finanças, essa frase é usada como dica — ou como verdade absoluta — quando a realidade é um pouco diferente. Apesar do nosso ímpeto em nos livrarmos rapidamente de uma dívida, ou aquela conta que está nos incomodando, muitas vezes a melhor decisão a ser tomada pode ser justamente parcelar ao invés de realizar o pagamento à vista.
Fluxo de caixa
Para que possamos entender o que fazer nesses momentos, é preciso compreender antes um conceito muito importante nas finanças: fluxo de caixa. Para exemplificar, iremos utilizar o caso de um fotógrafo que acabou de fechar um trabalho super importante. Seu cliente é uma grande marca de roupas, com recebimento no valor de R$ 10.000,00. Apesar de ser um alto valor para esse fotógrafo, ele o receberá em 60 dias, enquanto terá de pagar R$ 3.000,00 à vista para os assistentes que irão atuar nesse mesmo trabalho, sendo que ele possui apenas R$ 500,00 em caixa.
Valor: R$ 10.000,00
Recebimento: 60 dias
Custos com Fornecedores: R$ 3.000,00 (à vista)
Saldo em caixa: R$ 500,00
O exemplo acima mostra que, apesar de haver uma projeção de lucro do trabalho, existe um sério risco de que nosso amigo fotógrafo fique no vermelho — ou tenha de recorrer a algum tipo de empréstimo — uma vez que ele deverá pagar R$ 3.000,00 em um prazo menor do que irá receber os R$ 10.000,00; tendo um caixa de apenas R$ 500,00. Cabe destacar que, no caso da ocorrência de empréstimos, estes são caracterizados por serem tomados à custo de altos juros. Essa situação ilustra que, no geral, a conciliação do prazo de recebimento com o prazo de pagamento é fundamental para que um trabalho lucrativo não se torne um detrator de seu caixa.
Dinheiro x tempo
Outro conceito muito importante para se fazer uma gestão de fluxo de caixa adequada é o valor do dinheiro no tempo. Os mesmos R$ 10.000,00 que tratamos anteriormente não terão o mesmo valor em 2020, ou daqui a 10 anos. Isso acontece porque os preços tendem a aumentar ao longo tempo, assim como os juros, que nada mais é do que o custo de se ter dinheiro. Para se ter uma ideia da importância desse conceito, vamos a mais alguns exemplos:
Considerando a evolução da taxa SELIC — referência de juros do mercado — e seguindo a Calculadora do Cidadão, viabilizada pelo Banco Central.
Exemplo 1: R$ 10.000,00 em 23 de janeiro de 2018, equivalem a R$ 10.631,91 em 23 de janeiro de 2019.
Exemplo 2: R$ 10.000,00 em 23 de janeiro de 2014, equivalem a R$ 16.725,09 em 23 de janeiro de 2019.
Exemplo 3: R$ 10.000,00 em 23 de janeiro de 2009, equivalem a R$ 26.402,34 em 23 de janeiro de 2019!
Dessa forma, quando alguém te falar que é sempre melhor pagar à vista, lembre-se de conferir quais serão suas próximas contas a pagar, suas contas a receber e seu caixa disponível. Além disso, analise se o percentual de desconto é maior do que a taxa de juros acumulada para o pagamento parcelado. E para te ajudar em todo esse processo, você pode contar sempre com a Bevert, especialista em gestão financeira para negócios criativos.ormente.”ante?