Iniciativas de empoderamento feminino

Dessa vez entramos em um assunto caro à nossa sociedade: a igualdade de gênero. Vamos falar um pouco sobre iniciativas que visam a igualdade de gênero através do empoderamento feminino, criando um paralelo com o ambiente empresarial.

Em 2015, a ONU, em parceria com os representantes de seus estados membros, se reuniu para a elaboração da Agenda 2030, um plano de ação para importantes mudanças mundiais. Em seu objetivo de número 5 consta: “igualdade de gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”.

E quando o assunto é (falta de) igualdade, seja desigualdade de renda na população em geral, seja a desigualdade entre os rendimentos de homens e mulheres, o Brasil figura entre os países de pior desempenho. Em dados de 2017, homens haviam recebido no Brasil, em média, salários aproximadamente 30% maiores que as mulheres. Cabendo ressaltar que a diferença entre os rendimentos entre homens e mulheres ocorre em diferentes camadas sociais, seja nos 50% mais pobres, ou nos 10% mais ricos. E não para por aí, o emprego feminino é mais exposto às consequências de crises econômicas, desencadeando maior desemprego desta parcela da população, por exemplo.

Se alcançássemos a igualdade de gênero, você imagina quanto o PIB mundial poderia aumentar até 2025? Algo em torno de 12 trilhões de dólares. Só no nosso país seriam R$ 850 milhões adicionais.

E parte da igualdade que desejamos passa pelo empoderamento feminino na sociedade.

“Empoderar todas as mulheres e meninas”, conforme postula o objetivo da ONU mencionado anteriormente não é tarefa fácil. Parte da falta de perspectiva feminina pode advir justamente dos dados já mencionados: desigualdade social e de renda. Entretanto, existem iniciativas exemplares de diversas organizações que buscam o empoderamento feminino justamente por compreender o potencial que existe em cada mulher, brasileira ou não.

Aqui nós separamos três iniciativas para você conferir, classificando-as em três temas distintos: empresarial, bem-estar e científica.


1) Iniciativa Empresarial: Itaú Mulher Empreendedora:

O Itaú Mulher Empreendedora busca inspirar, capacitar e conectar mulheres empreendedoras de todo o Brasil. É possível para a cadastrada acessar artigos, vídeos, trocar ideias e informações com outras mulheres e realizar cursos disponibilizados pela plataforma. Os resultados? As mulheres que participaram do programa investiram mais, aumentaram sua receita, aumentaram a satisfação com os produtos ofertados pela organização, entre outros.

2) Iniciativa de Bem-Estar: Dove Pela Autoestima:

A cada foto veiculada pela mídia o padrão de beleza parece se tornar mais inatingível. Correto? Ciente que somos bombardeados com mais de 5.000 propagandas diariamente, a Unilever — sob a chancela da Dove — criou a sua iniciativa pela busca da autoestima por mulheres, meninas e crianças. O projeto revela dados críticos, como a ascensão das preocupações estéticas aos 5 anos de idade, e a maior susceptibilidade a pressões sociais e psicológicas aos que não se enquadram no padrão estético propagandeado na mídia. Para combater esse tipo de situação, a organização disponibiliza artigos e pesquisas — próprias e de terceiros — que buscam a fuga de uma beleza padronizada.

3) Iniciativa Científica: Request a Scientist

No mundo, menos de 30% dos pesquisadores são mulheres. Apesar do crescimento nos últimos anos de iniciativas para a maior visibilidade de mulheres cientistas, ainda é perceptível a ocorrência do “Efeito Matilda” — o frequente preconceito contra a contribuição de pesquisadoras mulheres a determinado campo, cujo trabalho acaba sendo atribuído à pesquisadores homens. Soma-se a isso o fato que, entre cientistas citados em reportagens jornalísticas, aproximadamente 25% eram mulheres. Afim de combater esse número, a 500 Women Scientists introduziu o “requisite uma cientista”, ferramenta que pode ser utilizada por jornalistas, repórteres, educadores, entre outros para encontrarem cientistas mulheres dispostas a participarem de iniciativas de comunicação, inclusive no Brasil.


 

A opinião da analista:

Lorena Campos: graduada em ciências contábeis pela PUC Minas e ex-analista Bevert

“Obviamente, igualdade de gênero vai além de salários e posições em empresas. Entretanto, nós mulheres sabemos que esta é uma questão sobre a qual precisamos falar.

Hoje, principalmente nas grandes empresas, é possível perceber que cargos mais elevados — da gerência à presidência — são ocupados por homens. Os cargos de auxiliar, assistência e (às vezes) supervisão são ocupados, em geral, por mulheres. Poderia ser coincidência, mas dados todos os fatos e da nossa percepção da sociedade, sabemos que isso é sim ser desigual.

Por isso, trazer essa cultura para o âmbito empresarial e conscientizar os colaboradores sobre a igualdade de gênero é tão importante. A passos lentos estamos avançando, e acredito que a conscientização, inclusive na educação, seja o melhor caminho. Como nas iniciativas citadas anteriormente.”ante?

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